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terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Papai??? E a Mamãe Noel???

Muito se tem falado sobre a origem e a história toda que envolve o Papai Noel.

Bispo Nicolau, São Nicolau, Santa Claus, Pai Natal, Papai Noel, Babbo Natale, etc. etc. etc.

Sabe-se que sua imagem consolidou-se como sendo a de um velhinho de barba branca, pessoa generosa, vestido de botas pretas e roupas vermelhas que habita no Polo Norte e se desloca em seu trenó puxado por Renas.

A pergunta que não quer calar:

E SE FOSSE UMA MULHER???

Aceitam sugestões???

Eu já as visualizei e segue uma imagem de algumas "Mamães Noel". Espero que gostem!!!

E viva o espírito natalino, ho! ho! ho! ou seria oh! oh! oh! ?????



Era uma vez... um Natal.


O negócio agora é esperar pelo Ano Novo,
pq o Natal já era.
Não se sintam culpado pelo fato do
Papai Noel não ter aparecido.
Os três porquinhos e o Papai Noel

Nem sempre a lógica funciona se não usada a razão....

Se o Papai Noel não aparecer nesse natal, não sintam-se culpados!!!

Dessa vez, não!!!

Hehehehehehe!!!!!!!!!!

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Era Amor

Há oito meses amava. Hoje, busca vingança.
Você está apaixonada, sente que ele coloca a tal cor no mundo. Aí se perfuma, começa a andar mais arrumada, busca assuntos interessantes e procura estar no melhor humor. Manda aquela indireta. Comenta com a melhor amiga, sonha, acorda, sonha de novo. Acorda. Pede conselhos e manda aquela bem direta mesmo.
Ps: na obsessão pela conquista, nos transformamos em função de alguém, mas essas transformações são temporárias, cedo ou tarde a máscara rompe; conseguimos atuar por algum tempo, mas nada que a convivência não revele.
Voltando: (in)felizmente, recebe uma resposta negativa e todo aquele verdadeiro amor, planos, sonhos e beijos quentes na beira da praia se transformam em “não quero nem ver aquele m... vou buscar alguém de valor”. (?) Mas até dizer não, ele(a) era de valor.
Neste caso, não havia amor coisa nenhuma, arrisco dizer que não havia sequer gostar, mas sim carência por estar só. Quando o objeto eleito recusa o pedestal preparado para ele na estante da sala, revela-se que no fundo não se queria aquela pessoa, mas sim alguém para amar, adorar, venerar e te servir; uma espécie de escravo emocional para suprir a carência. Egoísmo puro. O foco está na procura de alguém para ser feliz, ao invés de fazer feliz.
Este é um conceito simples, mas de muito significado. Quando o foco está no próprio umbigo e apenas na própria felicidade, o outro fica amarrado, sem poder agir em prol dos dois, pois para um deles não existem dois. A partir do momento em que o foco muda para fazer feliz, sutilmente passamos a prestar mais atenção no que temos a oferecer ao invés do que temos a receber. E se quiser oferecer coisas boas, precisará ter/ser coisas boas, pois não há como oferecer o que não se tem.
As exigências sobre o outro diminuem, libertando principalmente o que parou de exigir, pois conseguirá ter um encontro com outro ser humano sem ter que receber nada em troca para o encontro valer à pena. Numa situação oposta, ficamos com tão pouco a oferecer que nem nós nos suportamos, por isso a solidão se torna tão incômoda, por isso vamos atrás de alguém/algo que satisfaça essa angústia.
Mas se eu não suporto ficar a sós comigo mesmo, porque os outros deveriam?
Após a negativa, vem o rancor. Após o rancor, o desejo de se vingar. Houve esforço grande e “depois de tudo que eu fiz ele(a) me paga”, como se tudo o que você fez subitamente endividasse alguém. A vingança vai desde beijar qualquer um só para causar ciúmes até o absurdo de publicar fotos íntimas, falar mal abertamente ou qualquer outra coisa com o potencial de humilhar, pisar, doer... entra-se em guerra com a pessoa amada, que de amada não tinha nada. Não. Não era amor.
E o que seria? Aponto para uma das cartas escritas por Paulo aos Coríntios, num dos trechos bíblicos mais famosos sobre o amor, são os versos seguintes aos que se tornaram música na voz de Renato Russo (citados ao lado de Camões), na canção Monte Castelo:
“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se recente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor jamais acaba”. I Cor 13
Vê diferença?
Israel Kralco
Israel Kralco é um entusiasta da Psicologia e da Filosofia, formado em e-books e apaixonado por música a ponto de ser bacharel – Ufrgs. Trabalha no Centro Humanístico Vida onde mais aprende do que ensina, acreditando que quem faz o que ama está sempre de férias”
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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Saudade a Dois - F. Carpinejar



A saudade tem prazo de validade.

Não pode permanecer muito tempo guardada. Não pode permanecer muito tempo não sendo correspondida.

Depois de aberta e fora do convívio, assim como o leite, a saudade azeda. E não há memória refrigerada para conservá-la.

Quando passa da hora, aquela falta ansiosa e comovente é capaz de se tornar ironia e sarcasmo.

O suspiro se transforma em ofensa - nos enxergaremos tolos e burros por confiar cegamente em alguém e esperar à toa. Reclamaremos nossa idiotice por termos feito uma vigília em vão, por termos esquecido de viver.

Já não queremos que o outro volte, já desejamos que ele nunca mais apareça em nossa frente. Violentaremos as lembranças, fecharemos a reza.

A ternura de antes será trocada pela raiva de não ter atendido. Mudaremos a personalidade de nossa conversa, de doce para ácida. Pois o segredo (a saudade é um segredo!) que nos alimentou durante meses não fora respeitado.

Infelizmente a saudade apodrece.

Quando deixamos de pedir a presença para cobrar a ausência. É sutil o movimento. Toda a atenção dedicada ao longo de um período começa a ser vista como desperdício. Não aconteceu retorno das juras, nem o estorno das expectativas.

Você mandou centenas de mensagens, renunciou saídas com amigos e bares, teve uma vida discreta e fiel, só para honrar uma despedida, e percebeu que, no fim, sempre esteve sozinho na saudade.


Saudade é como o amor. Perece quando não é a dois.

Aliás, quando a saudade não é a dois, deixa de ser saudade para se descobrir solidão.

A saudade é o que guardamos do amor para o futuro. É o que deixamos para amar no futuro.

Nada dói tanto quanto um amor que não vingou após os cuidados do plantio.

Nada dói tanto quanto a saudade que envelhece, uma saudade que definhou pela indiferença, que não foi valorizada pela nossa companhia, que não desembocou em festa.

Nada dói tanto quanto promessas feitas gerando ressentimento.

A saudade não é eterna. Acaba quando percebemos que o amor era da boca para fora, que a urgência era interesse, que a necessidade era falsa.

A saudade é uma esperança de amor. Precisa ser consumida rapidamente, não mais que três meses. Senão nos consome e nos estraga.


Publicado no jornal Zero Hora
Coluna semanal, p. 2, 03/12/2013
Porto Alegre (RS), Edição N° 17633

Amor, gambiarra e alta tecnologia - Xico Sá

Gataria do site Dark Roasted Blend

Você é fundamental como aquela caixa de fósforo sobre a agulha para tocar, aos domingos, meu avariado vinil de Neil Young… Aquele pesinho sobre o braço do toca-discos para ultrapassar ranhuras, deslizar sobre traumas e tocar de ouvido a música de trabalho do nosso futuro.

Você é necessária como esponja de aço na antena da tv em branco & preto para livrar dos chuviscos a imagem dos meus estragos.

“Hey, Neil, o homem velho”, reverbera o som do Cidadão Instigado sobre Copacabana. “Hey Neil, o homem velho.
Será que você tem tantas angústias quanto eu? Tchururu…”

Você é a solução moderna, hightech no último, para meus defeitos de fábrica.

Você brilha aos olhos como a maçãzinha de Steve Jobs sob o sol dos arrastões cariocas dos meus guris.

A minha existência-gambiarra, ato contínuo, vira moderna instalação embutida ao seu clique remoto.

Você amanheceu tão longe neste domingo que o sonho foi bem mais nítido e veio antes do skype. O sonho, não sei se já lhe disse, Zazie, são restos de filmes de cineastas mortos.

Meu obscuro objeto de desejo…

Você esperou o sol em um país distante com uma garrafa de vinho para flanar por nós dois.

Segue a viagem… Santo teletransporte cuja arte aprendi com os escribas Jerônymo Monteiro e Arthur C. Clarke.

Viver é gambiarra, meu bem, o pesinho sobre a agulha, o Bombril na antena, ah, o fio terra para isolar o choque possível.

Segue a viagem… O amor é um “gato” de fios desencapados  para retomar a eletricidade que um dia nos roubaram.

Xico Sá é escritor, jornalista e colunista da Folha