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quarta-feira, 15 de julho de 2015

FAZER ANIVERSÁRIO


"FAZER ANIVERSÁRIO

Fazer aniversário é ter a certeza de que ao menos uma vez ao ano a vida será vista de uma maneira diferente.
Fazer aniversário é brincar de crescer e quem sabe mais tarde virar "gente".
É sorrir sem ter motivo ou chorar pela mesma coisa.
É ter de novo a certeza de que os sonhos ainda poderão se realizar.
É reconhecer que amigos se importam com a sua importância.
É contar o tempo que se viveu e o que se deixou de viver.
É luz na escuridão.
É lembrar da vitória de um dia ter sido embrião.
É aprender a valorizar o tempo.
É contar com a presença dos ausentes.
É tornar novo o que se fez velho.
É fazer do novo o sempre.
Enfim, fazer aniversário é contar os minutos, as horas, os dias, meses e anos, e muito mais que tudo isso,
Fazer aniversário é saber que só se nasce uma vez e que por isso a oportunidade de viver é única e isso torna o valor da vida sem valor, porque FAZER ANIVERSÁRIO é viver sem preço, mas viver feliz."

(Lyndcey Lee)


OBRIGADO A TODOS!!! 
Emoticon heart

segunda-feira, 13 de julho de 2015

Inferno Astral


Seu aniversário está chegando? Tu já deves ter escutado falar que está vivendo seu inferno astral e tudo que acontecer de negativo será relacionado a isso. Se a lente de contato rasgar, acontecer um acidente ou tu perderes algum objeto, não entre em desespero. Realmente, esta é uma fase mais complicada, mas não quer dizer que só irão acontecer coisas negativas e que ninguém passa sem problemas pelo período.

Muitas pessoas acreditam que este é um momento de angústia, azar e depressão. Mas não é preciso ficar desesperado antes do seu aniversário nem acabar estragando uma data importante com o nervosismo. Esses 30 dias tão temidos têm essas características porque simbolizam o fim de um ciclo, o que sempre apresenta mudanças e instabilidade.

aniversário é o marco de um novo ciclo solar, ou seja, o Sol passa pelo mesmo ponto do Zodíaco de quando nascemos. Essa é uma nova etapa para a consciência, onde as questões da casa 1 do mapa são valorizadas. O mês que antecede à data de aniversário corresponde a casa 12, que possui relação com os sacrifícios, as doenças, os sofrimentos e a doação que devemos fazer aos outros.

A probabilidade de nesta fase acontecerem fatalidades na vida de uma pessoa é grande, já que o Sol está sobre as questões dessa casa. Mas isso não pode ser generalizado. Além das ações não durarem o mês inteiro, se nenhum aspecto negativo se formar, nada acontecerá.


As explicações para o famoso inferno astral são complexas para quem não conhece bem a astrologia. Mas basta lembrarmos que isso não significa uma fase de azar, mas sim um momento de reflexão e avaliação para o início de um novo ciclo. Os que estiverem passando por esse momento podem relaxar e se preparar para comemorar e viver as novidades.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

Pro Dia Nascer Feliz


(...) For the sun to rise happily
the whole world awakens
while we sleep.

Quando um homem está a fim...


Quando um homem está a fim de uma mulher, de fato, ele não tem dia noite, nem hora. Ele vai mesmo. Sendo solteiro ou casado. Ele vira bicho, juro.
Não tem reunião de firma que segure tal macho. Não tem sequer casamento que o deixe na linha do impedimento.
Reunião, aliás, ou é mentira ou é assembleia comunista, a revolução permanente de Mao Tsé Tung, tudo ficção na cabeça do homem que não quer de verdade e urgentemente.
Se quer, vai, jamais vira aquele homem do afrosamba de Osanha, como diziam Vinícius de Moraes e Baden Powell:
“O homem que diz "vou"
Não vai!
Porque quando foi
Já não quis!
O homem que diz "sou"
Não é!
Porque quem é mesmo "é"
Não sou!
O homem que diz "tô"
Não tá”.

Monga do amor

Quando um homem está a fim de uma mulher ele esquece as convicçõezinhas que lhe são mais caras, ele chega atrasado no emprego, ele corre risco mesmo em tempo de crise, ele mente em casa aos parentes, ele simplesmente vai, vai, ele casado diz que o lar não mais o aquece, ele mente, convicto como um filósofo grego.

Ele muda, se transforma, vira uma espécie de Monga do amor e do sexo. Jogo de espelhos. Canalha!
Ele te leva, amante da firma, em um restaurante japonês mesmo odiando uma casa em que a comida vem crua e o guardanapo cozido –atribuem esta definição da culinária oriental ao Veríssimo, maior vítima na face da terra de textos com autoria trocada na Internet.
Quando um homem quer mesmo ele perde até o jogo do Corinthians ou do Flamengo, embora fique ligado no rádio do porteiro e indo ao banheiro para checar o resultado. Mas já é um puto ganho e tanto.
Quando um homem está na fissura, mesmo sendo um empedernido macho-jurubeba, ele começa a ajeitar seu mocó de homem solteiro. Ele compra pelo menos duas tacinhas fuleiras para o casal beber junto. Logo ele, um tosco que até então apenas reutilizava copos de requeijão Poços de Caldas e de geleia de mocotó Colombo.
Quando te quer mesmo, amiga, ele faz até uma faxina, porcamente, tudo para debaixo da cama ou da geladeira. Haja bom-ar no conjugadinho de Copacabana, haja Pinho Sol no banheiro da kitinete do Largo de Santa Cecília (SP), haja desinfetante naquele apezinho do edifício redondo, o Módulo, na Conda da Boa Vista, Recife.
Faxina de homem é amor sem limite.
A operação Pinho Sol é um clássico do macho quando ama ou está apaixonado, no mínimo, pela formosa dama. Diz muito.
Tem mais: quando um homem acha que ama, mesmo sendo o mais sedentário do planeta, este homem vira o rei do pentatlo, moça.
Ele troca a picanha suculenta pela dieta de um spa no meio do mato no interior de São Paulo. Dieta de 600 calorias, limpeza de pele, detox completo, mesmo com uma cachacinha “Dedo de Prosa” escondida na moita. Maldita clandestinidade alcoólica.

Quando um homem está a fim, seja para que modalidade de relacionamento, ele nunca tem reunião fora de hora
Quando um homem acha ou está a fim, mesmo sendo um macho-jurubeba desgraçado, ele cheira a rolha, sente o bouquet e vira um amante de um bom vinho imediatamente. É capaz de discorrer horas sobre o aroma amadeirado, vixe, taninos suaves...
Quando um homem está a fim, seja para amar ou apenas uma transa, ele se transforma em um legítimo picareta. Vai ao Google diante de qualquer assunto que te pareça importante ou afetivo e é capaz de discorrer sobre o tema com a cara de pau de um especialista.

Marketing amoroso

Mas quando o homem está querendo mesmo, não apenas te levar na cama, vai te parecer, muitas vezes, um leso, abestalhado, simplesmente por querer à vera e não conseguir ser tão esperto, simplesmente por ser verdadeiro, verossimilhante.
Quando um homem está a fim, seja para que modalidade de relacionamento, ele nunca tem reunião fora de hora, mesmo que pertença aos partidos herdeiros da velha esquerda –“pra fazer revolução tem que ter reunião”, era o mantra.
Quando o caboclo está na tua não vira o pescoço na rua, te protege no lado de dentro da calçada, presta atenção no vestido novo, te aquece no ar condicionado criminoso e siberioso dos cinemas do Rio. Sim, também compra o ingresso com antecedência e pensa num lugar nada óbvio para te levar depois.

Faxina de homem é amor sem limite
Quando um homem está a fim… ele impressiona. Pode ser fissura sexual, pode ser ilusão de ótica, pode ser começo de amor para valer etc. Quando um macho está a fim vira um verdadeiro homem-Monet, o um impressionante impressionista-mor da humanidade.
Quando um macho quer, vira simplesmente uma mulher... Eis o segredo para amar uma fêmea, eis o melhor jeito de tê-la.
Ele sabe que só assim tem o seu espaço nos novos tempos, ele sabe o que é possível, ele sabe pisar nos astros distraído...
Quando um homem está a fim, mesmo, de uma dama, ele sabe que o melhor exercício é observá-la, reparar no que ela usa, no que ela veste, ficar tão perto e tão longe com o binóculo dos sentimentos focado no afeto de varejo.
Na verdade ele não sabe de nada, porém não tem escapatória, ele simplesmente não tem saída... Quando um homem quer uma mulher não tem porta de emergência capaz de cortar o fogo homérico ou platônico...
Quando um homem está a fim de uma mulher, amiga, não tem “nove horas”, não há regulamento, calendário ou relógio, simplesmente ele comparece e reza a missa de corpo presente.
Xico Sá, escritor e jornalista, é autor do romance “Big Jato” (Companhia das Letras), entre outros livros.

domingo, 5 de julho de 2015

O Impossível Acontece

"É preferível o impossível plausível ao possível inacreditável."
(Aristóteles)

Perde-se às vezes anos entre desespero e angústia ao invés de aprender a viver com os números que se tem.

Nem sempre é fácil separar o que nas nossas vidas é impotência e o que é impossibilidade. Muito do sofrimento que nos chega aos consultórios surge precisamente quando alguém se encontra nesse pântano nebuloso que mescla esses dois territórios. Vou ousar mais; acredito que os humanos não são capazes de compreender o significado da palavra impossível. Ao menos não sem imediatamente criar um mecanismo mágico e religioso para negá-lo. Nossa condição de seres falantes nos torna capturados por um dispositivo de ficção permanente que é pura negação da palavra impossível.

Ao falar, podemos criar unicórnios, voar pelos planetas, viver mil anos, encontrar Deus ou, simplesmente, dizer “eu te amo”. E o que ocorre quando a realidade nos desperta do sonho da linguagem? Quando não podemos cavalgar o unicórnio, pousar em Saturno, perguntar a Deus o sentido da vida ou ter certeza do amor verdadeiro? É aí que ao invés de nos tranquilizarmos diante da impossibilidade assumimos para nós a culpabilidade de não ter chegado lá. Surge o sentimento de impotência que aparece, em um momento ou outro, em cem por cento das falas de nossos analisandos. Impotência em ser o melhor profissional, conseguir ter um filho, assumir a preferência sexual, escolher a mulher certa ou encontrar um homem solteiro depois dos trinta.

Improviso aqui a partir dos dados de Mallarmé. Sempre gostei de pensar no jogo de dados como um exercício sobre o que é necessário e o que é contingente na vida. A vida eclode no turbilhonar dos dados. Que números cairão? 3 e 5? 6 e 6? A nossa vida que nos precede, ou seja, aquela pensada pelos que nos tiveram, já começa a ser criada a partir desse turbilhonar. "Será menino ou menina?", "Será saudável?", "Será um artista quando crescer ou será um doutor?"

Quando os dados caem na mesa o resultado está lá: 4 e 1. Por que esse resultado? Por que não outro? E é impressionante como escutamos nossos pacientes sempre lamentando o fato de que o resultado não foi outro. Quando os dados caem 4 e 1 surge imediatamente o impossível. 

Mas é também aí que surge o desejo, desejo de outra coisa. A partir desse momento, é impossível que os dados sejam 3 e 6. Com a psicanálise aprendemos que o desejo é simplesmente desejo, e não “desejo de”. Desejar, verbo intransitivo – apropriando-nos do título de Mário de Andrade. Mas muito do que se lamenta não é o luto do impossível, mas a culpabilidade e impotência diante do resultado, uma vez que o vizinho conseguiu ou que saiu no jornal um experimento científico novo que sugere que é possível conseguir.

De um modo renovado, sem fazer apelo à nenhuma entidade divina para nos amparar diante do impossível, os avanços tecnológicos perturbaram barreiras até então muito claras sobre o que é impossível. Você pode ter os seios que deseja, você pode ter o filho que deseja, você pode se curar de tal ou tal doença. A questão obviamente se abre para inúmeras situações distintas.

Contudo, a questão não está nos benefícios que os avanços tecnológicos ofertam ao sujeito contemporâneo, mas na angústia e impotência que emerge cada vez que este percebe que pode reverter o resultado dos dados. Imediatamente, o que era um desejo se transforma em um imperativo: "Como, você não vai ter um filho?", "Você não vai tentar esse novo tratamento de cinco mil dólares a caixa?", "Não vai mudar o sexo de seu filho?". Caímos aqui na espiral dos possíveis. Não precisamos ir muito longe, basta escutar a ansiedade de alguns quando não podem ter o último modelo de iphone. Somos bombardeados cotidianamente com mensagens que fazem do sucesso o maior. Assim, criamos uma geração completamente despreparada para a perda. 

É cada vez mais difícil ensinar um saber fazer com os resultados que se têm na mesa. Todos querem a todo custo o que lhes é de direito, custe o que custar. Sem isso a vida não mais terá sentido.

Quantos pacientes dizem frases como: “Minha vida não tem sentido se não tiver esse filho”, “Tenho que conseguir esse tratamento experimental a qualquer preço”, “Nunca serei feliz nesse corpo”, etc. 

Perde-se às vezes anos entre desespero e angústia ao invés de aprender a viver com os números que se tem. É curioso, mas não uma surpresa, o fato de que aqueles que aprendem a viver com os dados que possuem conseguem na maioria das vezes perceber o óbvio, que seus dados fazem dele uma vida única. Nunca será possível comparar com os dados do vizinho. 

Portanto, não há competição no jogo de dados da vida, estamos mais para um jogo de paciência.


Marcelo Veras é psicanalista da Escola Brasileira de Psicanálise