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sábado, 11 de agosto de 2018

Vitório Soa Como Ironia



Nunca sonhei ser presidente de nada. 
Com uma exceção: presidente do Grêmio.

Sou de tal forma desastrado para administrar que estragaria qualquer empreendimento. E esse seria o objetivo, quebraria o Grêmio. E nem iria fazer sabotagem, apenas daria o meu melhor, como diriam os jogadores, e estaria feita a lambança. Eu tenho o dedo podre para negócio. Já vou avisando, que ninguém venha a ser o meu sócio!

Mas teria que ser um plano secreto, posto em ação desde criança. Atuaria como um infiltrado colorado na arena tricolor, um agente duplo para boicotar o plantel. Após ganhar a confiança com alguns títulos (jamais me arriscando a obter um Mundial, mesmo que isso significasse perder para Mazembe), não haveria mais descrença e oposição. Escolheria o técnico menos apropriado (de preferência, um estrangeiro calmo e educado), compraria os jogadores em fim de carreira, assumirias negócios suicidas como pagar 500 mil mensais ao meio-campista Anderson, e pouparia os craques da sequência de jogos. Em meses, o Grêmio estaria degolado, refém de barbáries mexicanas e gaudérias.

Engrandeceria as teorias conspiratórias planetárias, ao lado daquelas tradicionais de que o Anticristo poderia surgir do Vaticano e de que Obama é, na verdade, um alienígena.

Manteria a verdade escondida de todos, inclusive da esposa e dos filhos. Vejo como o plano perfeito. Mas no meu caso já é tarde, todos sabem de minha paixão pelo colorado. E todos sabem que essa paixão é para sempre. Trocamos de tudo, menos de time, a única paixão perpétua.


Lembrei do plano maquiavélico porque uma redundante ideia vem martelando o cérebro depois do cinco a zero que o Inter levou do Grêmio e da demissão injustificável de Aguirre três dias antes do clássico: outros podem ter realizado a fantasia no lado contrário e conseguido. 
Será que o Vitorio Píffero não é gremista? 
Isso explicaria muita coisa.

Texto de Fabrício Carpinejar.

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