Nunca sonhei
ser presidente de nada.
Com uma exceção: presidente do Grêmio.
Sou de tal
forma desastrado para administrar que estragaria qualquer empreendimento. E
esse seria o objetivo, quebraria o Grêmio. E nem iria fazer sabotagem, apenas
daria o meu melhor, como diriam os jogadores, e estaria feita a lambança. Eu
tenho o dedo podre para negócio. Já vou avisando, que ninguém venha a ser o meu
sócio!
Mas teria que
ser um plano secreto, posto em ação desde criança. Atuaria como um infiltrado
colorado na arena tricolor, um agente duplo para boicotar o plantel. Após
ganhar a confiança com alguns títulos (jamais me arriscando a obter um Mundial,
mesmo que isso significasse perder para Mazembe), não haveria mais descrença e
oposição. Escolheria o técnico menos apropriado (de preferência, um estrangeiro
calmo e educado), compraria os jogadores em fim de carreira, assumirias
negócios suicidas como pagar 500 mil mensais ao meio-campista Anderson, e
pouparia os craques da sequência de jogos. Em meses, o Grêmio estaria degolado,
refém de barbáries mexicanas e gaudérias.
Engrandeceria
as teorias conspiratórias planetárias, ao lado daquelas tradicionais de que o
Anticristo poderia surgir do Vaticano e de que Obama é, na verdade, um
alienígena.
Manteria a
verdade escondida de todos, inclusive da esposa e dos filhos. Vejo como o plano
perfeito. Mas no meu caso já é tarde, todos sabem de minha paixão pelo
colorado. E todos sabem que essa paixão é para sempre. Trocamos de tudo, menos
de time, a única paixão perpétua.
Lembrei do
plano maquiavélico porque uma redundante ideia vem martelando o cérebro depois
do cinco a zero que o Inter levou do Grêmio e da demissão injustificável de
Aguirre três dias antes do clássico: outros podem ter realizado a fantasia no
lado contrário e conseguido.
Será que o Vitorio Píffero não é gremista?
Isso
explicaria muita coisa.
Texto de Fabrício Carpinejar.
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