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segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Mário Quintana - Seiscentos e Sessenta e Seis

 

Esse poema abaixo, de autoria de Mário Quintana, é muito pouco conhecido/divulgado sob este título. É usual encontrarmos este poema intitulado como O TEMPO.

Ocorre porém, que aquela versão não segue ipsis litteris a versão original do poema.

Logo, em respeito à obra do grande poeta gaúcho, publico aqui o poema original. Talvez por desconhecimento ou por achar essa versão apócrifa mais romântica, muitas pessoas acabam compartilhando desse jeito errado.

Apresento abaixo a versão e título originais e mais adiante a outra amplamente divulgada e muito compartilhada pelas redes sociais.


SEISCENTOS E SESSENTA E SEIS


A vida é uns deveres que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são 6 horas: há tempo…

Quando se vê, já é 6ª feira…

Quando se vê, passaram 60 anos…

Agora, é tarde demais para ser reprovado…

E se me dessem – um dia – uma outra oportunidade,

eu nem olhava o relógio

seguia sempre, sempre em frente…


E iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.


Mário Quintana

(Poema publicado originalmente no livro Esconderijos do Tempo)



O TEMPO

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.

Quando se vê, já são seis horas!

Quando se vê, já é sexta-feira!

Quando se vê, já é Natal.

Quando se vê, já terminou o ano.

Quando se vê, perdemos o amor da nossa vida.

Quando se vê, passaram 50 anos.

Agora é tarde demais para ser reprovado.

Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.

Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas.

Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu a amo.

E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à flta de tempo.

Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.

A única falta que terá, será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.”

Mário Quintana

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