Assim como explodem os pilares de sustentação de um grande edifício e ele vem ao chão, deveria ser o processo de “desapaixonação”, tirar alguém da sua vida deveria ser mais fácil do que colocá-la nela, afinal, tudo nas nossas vidas acontece através de processos, toda desconstrução é mais fácil, mas para as coisas do coração é sempre tudo o contrário.
Tu conheces alguém, e em pouco tempo, percebe que aquela pessoa é a fonte de toda a felicidade que lhe faltava, ela vai embora, e leva consigo toda a sua felicidade, o que resta, são sempre lembranças que parecem demorar uma eternidade toda para serem esquecidas, e machucados, os dias parecem se prolongar quando se tem um coração ferido, sempre acabamos dependendo dele.
Depois de um fim, sempre existe o sentimento de querer prosseguir, mas o coração é estúpido, não adianta tentar tirar da cabeça alguém que está dentro do coração, pois ele não sabe dizer adeus.
Depois que alguém se vai, cabe ao coração arranjar lugar para as outras pessoas, o problema de quem já teve o coração ocupado por muitas pessoas, ou por alguém que ocupou um espaço grande demais, é que falta espaço para quem ainda quer vir.
Apesar dos exageros e besteiras que muitos dizem por aí, acredito que exista um limite para o amor. O amor é como a água de um rio, quando se vai, não volta mais. Azar de quem demorou demais e infelicidade para quem esperou, o amor acabou.
Quero que vocês entendam uma coisa: assim como quando um prédio vai ao chão, o vazio da perda fica, mas na construção civil, eles recolhem os entulhos e constroem algo talvez maior no lugar daquilo que foi um velho prédio. Já com o coração, o espaço que foi usado por alguém não pode ser ocupado por outras pessoas.
E talvez seja por causa de tudo isso que seja quase impossível esquecer alguém.
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