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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Amigos: tenho para saber quem eu sou.

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco!
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

Oscar Fingal O'Flahertie Wills Wilde.
Dramaturgo, escritor e poeta irlandês.

2 comentários:

  1. Vou roubar esse texto. Mas darei os créditos.

    Ike vc é um homem excepcional é a cada dia que passa me orgulho mais de me dizer sua amiga.
    Mesmo não te conhecendo pessoalmente sinto que tu me conheces melhor do que pessoas que convivem comigo por anos.

    Quanto ao texto: visceral!

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    Respostas
    1. Mariana.
      Que assim seja para todo o sempre.
      Te amo!!! Obrigado por tudo!!!
      Bjs

      Ah!!! Qto aos créditos, estes devem ser
      dados a Oscar Wilde e não a mim, né???

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