A tristeza saudável é uma emoção necessária. Ela dá ao
nosso coração uma maneira de lamentar, aceitar e, por fim, superar as decepções
da vida. Num nível profundo, a tristeza e a dor se mesclam, permitindo que
lamentemos a perda daquilo que amamos.
Mas quando somos fustigados pela dor de uma perda que não
conseguimos entender, ou que nos recusamos a aceitar, a tristeza pode nublar a
visão das coisas e fazer com que nos fechemos. O entorpecimento causado pela
tristeza inibe a capacidade de dar e receber amor, reconhecer as nossas bênçãos
e aproveitar a vida.
Quando intensificada pelo medo de nunca mais sermos
felizes ou estarmos inteiros novamente, a tristeza pode se tornar um abismo de
autopiedade. O medo transforma a natureza purificadora da dor genuína num foco
míope e autoindulgente sobre as nossas próprias falhas e perdas, que nos leva à
auto-fixação. A tristeza destrói o nosso bem-estar emocional quando resvala numa
espiral para a depressão e o abatimento.
As pessoas tristes acreditam que são ruins e, geralmente,
se culpam pela dor que sentem e, embora seja pouco provável que essa emoção nos
faça magoar outras pessoas, ela por certo faz com que magoemos a nós mesmos. A
tristeza tóxica não processada nos leva a cometer crimes horríveis contra nós
mesmos – o pior deles é o suicídio. As pessoas tristes bebem muito, comem
muito, jogam ou gastam muito ou se entregam a uma série de outros vícios para
mascarar a dor.
Estatísticas recentes mostram que, só nos Estados Unidos,
mais de 18 milhões de pessoas tomam antidepressivos na tentativa de sair do
buraco negro que representa um coração entristecido. Inúmeras outras encontram
maneiras alternativas de se medicar.
Com muita frequência, porém, essas medicações nada mais
são do que um paliativo para a tristeza que existe dentro de nós. Em vez de
proporcionarem válvulas de escape saudáveis para as nossas emoções, esses
medicamentos apenas permitem que a tristeza passe despercebida até que algum
incidente autodestrutivo desencadeie sua liberação.
Quando nos recusamos a deixar que a tristeza se expresse,
ela drena a nossa vitalidade, a nossa energia e, às vezes, a nossa vida.
By Debbie Ford.
Publicado em demodelando.wordpress.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário