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quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Leais, Loucas e Lisas


É impossível não amar as mulheres.
A complexidade apaixonada.
A objetividade sensual.
Uma fofura que arranha...
Musas choronas. Deusas mimadas.
Com a mãozinha na cintura, dando bronca calada ou fingindo que nunca dói.
Quem, se não elas, diz que está tudo bem engolindo o ódio?
Quem, se não elas, se desespera e chora por causa de um sapato?

São invertidas, são lisas, tão doces quanto mentirosas.
Leais e venenosas.
São cínicas, todas gordas e facilmente contornáveis com um enlace de um abraço.
São mudas quando querem gritar e gritam quando deveriam estar mudas.
É fofo o jeito como se enfeiam ao se arrumar e é muito lindo o jeito como se embelezam ao desnudar.

Conturbadas e falantes, plenas de uma insegurança crônica.
Parceiras sorrindo cúmplices pela primeira vez, ou gargalhando juntos dez anos depois.
Mas sempre loucas e sem nexo.
Absolutamente irrecusáveis.
Absurdamente contestáveis.
E, muito provavelmente, irreparáveis.

Crônica extraída do livro "Manual do mimimi: do casinho ao casamento (ou vice-versa)" da escritora Lia Bock

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