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sábado, 9 de outubro de 2021

Eagles - Hotel Califórnia - Curiosidades & Mitos




Eleita a melhor música do século XX, esta canção sempre esteve envolvida em mistérios quanto ao seu significado. O que os autores da mesma efetivamente quiseram dizer na mesma.


A música “Hotel Califórnia” faz parte do quinto álbum da banda de rock Eagles, lancado em 1976, este álbum teve aproximadamente 16 milhões de cópias vendidas e foi considerado por críticos o “melhor álbum de todos os tempos”. A música conta a história de um cansado viajante que acaba ficando preso em um hotel de luxo, que inicialmente parece o lugar dos sonhos, posteriormente vira pesadelo.


A letra da música porém foi considerada obscura, muitos “viam o diabo na letra”, diversas teorias surgiram sobre o real sentido da letra, conheça as que ganharam mais adeptos.


Alguns acreditam que o “Hotel Califórnia”, de que trata a música, se referia na verdade a um hospital de psiquiatria situado entre Los Angeles e Santa Bárbara chamado “Camarillo State Hospital”, que funcionou entre os anos de 1963 a 1997. O hospital era o destino de muitos artistas que sofriam de problemas mentais, tuberculose ou, em muitos casos, para desintoxicação por álcool ou drogas. Em um dos edifícios deste hospital há uma torre com o sino das missões, construído em 1930, o que deu muito crédito a esta teoria, já que a música cita a frase “eu ouvi o sino da missão”.


Mas a teoria que acabou gerando mais polêmica foi a de que a letra da música não passava de uma metáfora para o inferno, seria uma “adoração ao diabo”.


Os pontos que mais reforçaram esta teoria foram: os trechos da música “tentar matar a besta” e “nós não temos este espírito aqui desde 1969”.


A capa do álbum também mostrava algumas pessoas na varanda de uma pousada na Espanha, porém sobre elas havia uma “figura sombria”, que diversas pessoas acabaram associando ao fundador da igreja de Satã (1966), Anton LaVey. A música teria sido feita para homenagear o local onde Lavey teria escrito a “Bíblia Satânica”. Por coincidência, ou não, a música também cita o ano de 1969, mesmo ano em que a “bíblia” foi publicada.


Levantou-se a hipótese dos integrantes do grupo Eagles estarem “envolvidos com ocultismo”, sendo “discípulos” de LaVey. Além disso, alguns identficaram a imagem de um fantasma na capa do álbum, acreditando que seria um homem a quem LaVey teria assassinado durante um ritual.


O real sentido da letra também foi associado à toxicodependência, acreditando que “Hotel Califórnia” seria na verdade um “código para cocaína”, descrevendo o efeito da droga. Esta teoria teve como base a frase “Logo à frente, eu vi uma luz trêmula… Minha cabeça pesou e minha vista embaçou”, representando a “viagem” do indivíduo sob o efeito da droga. Afirmam também que as iniciais do nome da música “H” e “C” significaria “High Cocaína”, “uma droga que depois que você experimenta não consegue mais largar”.


Um dos autores da letra, Don Henley, em declaração desmentiu estas teorias, dizendo que “a canção é uma alegoria sobre o hedonismo e relata o lado sombrio do sonho americano e sobre os excessos na América, principalmente no mundo da música”. Segundo ele, o álbum faz uma alusão a “corrupção das estrelas do rock pela decadente indústria fonográfica de Los Angeles” e a música “Hotel Califórnia” descreveria “uma prisão dourada onde o artista entra livremente e depois descobre que não pode mais sair”.


Vale ressaltar que o hotel da capa do álbum chama-se Beverly Hills Hotel, também conhecido como Pink Palace e a “suposta figura sombria” é uma modelo que foi contratada na época.


Entretanto, as teorias anteriores antes citadas foram abandonadas após as declarações feitas pelos autores da canção. Na realidade, a música refere-se aos excessos e tentações ao alcance de uma banda de rock experimentando o sucesso, como o EAGLES da primeira metade dos anos 70. A fundamentação para essa linha de pensamento vem especialmente das entrevistas dos membros da banda desde 1976.


O conteúdo da música provavelmente seja uma autobiografia do estilo de vida deles. Basicamente a letra trata de materialismo e excesso. Dentro dessa visão, o
"Hotel California" não seria um lugar, mas o universo de armadilhas e perdições para o fictício viajante, personagem principal da música. Uma vez dentro desse universo, a letra evidencia a dificuldade do "hóspede" para ir embora.

"Você pode pedir a conta quando quiser, mas jamais poderá sair...", salienta o último verso.


Ao longo de toda a canção está clara a inquietação deles sobre o preço a pagar pela facilidade de alcançar algumas coisas. Fica evidente o conflito entre o aspecto convidativo das tentações e o caminho sem volta ao qual elas acabam direcionando. A letra fala em banquetes, mulheres, flores, fartura, mas tudo isso andando junto ao questionamento do narrador sobre aquilo tudo ser o paraíso ou o inferno.


Parece sintomático o desconforto do compositor com a "prisão", no caso o "Hotel California", onde as celebridades são encarceradas ao alcançar o topo, em relação a drogas, álcool, mulheres ou ao próprio show business. Talvez tenha sido um momento de reflexão da banda sobre o alto custo, para eles, do lado dourado da fama e do sucesso.

Segue a seguir uma análise dos versos da música:


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On a dark desert highway

(Numa estrada escura e deserta)

Cool wind in my hair

(Vento fresco em meu cabelo)

Warm smell of colitas

(Cheiro morno de baseado)

Rising up through the air

(Subindo no ar)

Up ahead in the distance

(Logo à frente)

I saw a shimmering light

(Eu vi uma luz trêmula)

My head grew heavy and my sight grew dim

(Minha cabeça ficou pesada e minha visão embaçou)

I had to stop for the night

(Eu tive que parar para passar a noite)


Aqui é o começo de tudo, e é bem cena de filme de terror, né? Pessoa na estrada, música ao fundo, até que algo acontece e é preciso bater na porta de um lugar desconhecido para passar a noite.


There she stood in the doorway

(Lá estava ela, na entrada da porta)

I heard the Mission bell

(Eu ouvi o sino da Missão)

And I was thinking to myself

(E eu estava pensando comigo mesmo)

This could be heaven or this could be hell

(Aqui pode ser o céu ou pode ser o inferno)

Then she lit up a candle and she showed me the way

(Então, ela acendeu uma vela e me mostrou o caminho)

There were voices down the corridor

(Havia vozes pelo corredor)

I thought I heard them say

(Eu pensei tê-las ouvido dizerem)


A seguir vem o icônico refrão da música…


Welcome to the Hotel California

(Bem-vindo ao Hotel Califórnia)

Such a lovely place

(Que lugar encantador)

Such a lovely face

(Que rosto encantador)

Plenty of room at the Hotel California

(Vários quartos no Hotel Califórnia)

Any time of year

(Qualquer época do ano)

You can find it here

(Você pode encontrá-lo aqui)


O local é encantador, deslumbrante, paradisíaco e todos os adjetivos possíveis para um lugar de onde ninguém desejaria sair. Mas nada mais é que uma metáfora para a indústria musical e seus excessos.


Há alguns artistas que deixam o sucesso e tudo que vem com a fama subir à cabeça e dominar suas vidas, enquanto outros escrevem músicas que refletem os bastidores desse universo que pode não ser tão perfeito assim.


Her mind is Tiffany-twisted

(Sua mente é obcecada por joias da Tiffany)

She got the Mercedes Bends

(Se perde do mundo com sua Mercedes Benz)

She got a lot of pretty, pretty boys

(Ela tem vários belos, belos rapazes)

That she calls friends

(Que ela chama de amigos)

How they dance in the courtyard

(Como eles dançam no pátio)

Sweet summer sweat

(Doce suor de verão)

Some dance to remember

(Alguns dançam para lembrar)

Some dance to forget

(Alguns dançam para esquecer)


Como os membros do Eagles disseram, fica muito evidente se pensarmos na letra como se esse ela fosse a indústria e tudo o que vem junto à ela: joias, carros, amigos (e também os “falsos amigos”), festas, mulheres, bebidas, o sucesso, os bons momentos… Mas também os momentos vazios de sentido e de sentimento.


So I called up the captain

(Então eu chamei o capitão)

Please, bring me my wine

(Por favor, me traga meu vinho)

He said

(Ele disse)

We haven’t had that spirit here since

(Nós não temos essa bebida aqui desde)

Nineteen sixty-nine

(Mil novecentos e sessenta e nove)

And still those voices are calling from far away

(E ainda assim aquelas vozes estão chamando à distância)

Wake you up in the middle of the night

(Te acordam no meio da noite)

Just to hear them say

(Só para ouvi-las dizerem)


Essa estrofe gira em torno de uma metáfora com a palavra spirit quando é pedido um vinho para o capitão. Isso porque spirit pode se referir à bebida destilada, ou, como os compositores afirmam, à chegada da música disco e pop, que afastou o ativismo social que foi tão presente nos anos 1960.


Ou seja, quer dizer que todos estavam perdendo os ideais de 1969, ano do festival Woodstock. E o que resta? As vozes da indústria musical que ficam sussurrado, tentando ser convincentes.


Aqui há a repetição do refrão…


Mirrors on the ceiling

(Espelhos no teto)

The pink champagne on ice

(Champanhe rosé no gelo)

And she said

(E ela disse)

We are all just prisoners here

(Nós todos somos apenas prisioneiros aqui)

Of our own device

(Por nossa própria conta)


Mais referências à luxúria… Até que ela, a metáfora da jornada hedonista, diz que todos se tornam prisioneiros após entrarem no Hotel California, ou seja, se tornam reféns da fama, do sucesso, e, muitas vezes, das próprias escolhas.


And in the master’s chambers

(E nos aposentos do mestre)

They gathered for the feast

(Eles se reuniram para o banquete)

They stab it with their steely knives

(Eles esfaqueiam com suas facas de aço)

But they just can’t kill the beast

(Mas eles simplesmente não podem matar a besta)


Nessa estrofe todas as pessoas que estão no Hotel são convidadas para um “certo encontro” com o mestre. E essa tal besta que tentam esfaquear com todas as forças seria o ego, a rivalidade que a indústria cria entre as bandas, os pontos negativos que vêm junto com o sucesso.


Last thing I remember

(A última coisa que me lembro)

I was running for the door

(Eu estava correndo para a porta)

I had to find the passage back

(Eu tinha que encontrar a passagem de volta)

To the place I was before

(Para o lugar onde eu estava antes)

Relax, said the night man

(Relaxe, disse o guarda)

We are programmed to receive

(Nós somos programados para acolher)

You can check out any time you like

(Você até pode registrar a saída quando quiser)

But you can never leave!

(Mas você nunca poderá partir!)


Tá tudo bem querer desistir de tudo depois de começar a fazer sucesso? Talvez não seja assim tão fácil… Nesse verso, o “guarda” pode ser interpretado como os contratos, a indústria ou até mesmo os fãs.


Quer dizer que, mesmo se o músico ou a banda desistir de produzir, vão continuar pedindo que ele volte, que faça só mais um showzinho… Ou seja, ele pode até tentar sair da indústria, mas se for rentável ou muito querido, permanecerá.



Fonte:

rollingstone.uol.com.br
whiplash.net/
revista.cifras.com.br



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