Verão. Costumeiramente se pega o carro e segue
rumo ao litoral. Desta vez foi diferente. Destino: hospital. Estava prestes a
sofrer novamente uma intervenção cirúrgica, desta vez para retirar o pino
(parafuso). E no dia de São Sebastião, dirigi-me ao Hospital São Francisco. Não
sei pq o “velhinho” lá em cima indiretamente interferiu na escolha do santo, já
que a primeira cirurgia fora realizada no Hospital São José e sendo os
hospitais interligados, a cirurgia foi realizada mesmo no Hospital Santa Clara.
Foram quase duas horas na sala de cirurgia (dizem) e confesso não senti
nadica de nada, nem se me sacanearam durante minha letargia! E isto me preocupava, sim! Digo isto, pois ao deitar-me na maca fui
ameaçado pela pobre da anestesista, que tiraria enquanto sedado minha
tatuagem do braço. Entenderam o pq do pobre, né??? (torcedora do Gaymio)
Recordando, naquela oportunidade, notei o número excessivo de
pessoas que estavam presentes na sala de cirurgia. A diversidade impressionava:
torcida uniformizada (pareciam as “Iketes”. Déia, Marília, Nhá, lembram?) e outro
grupo que pareciam ser adversários (time adversário???). O médico e anestesista
estavam acompanhados de suas equipes, hierarquicamente organizadas: os crachás
identificavam Office-boy (?), Auxiliares “A”, “B”, “C”, ... “Z”, além do
Auxiliar-Chefe, seguido por fim pelo Estagiário-Residente, para cada um. Num
canto, avistava dois serventes fazendo a faxina e noutro uma equipe de televisão.
Ah!!! Se não me falha a memória havia ainda uma carrocinha de pipoca... ou
seria de cachorro-quente??? Pura covardia, levando-se em conta que eu me
encontrava seminu frente a todas aquelas pessoas mascaradas e vestidas dos pés
à cabeça!!! Será que eu inalei demais aquele gás. Não é à toa que o Óxido
Nitroso antigamente era denominado “gás hilariante”. Antes de me apagar, só me
recordo de umas piadas que contavam e eu ria, ria.... riiiiaa muito!!!
hahahahahahahahahaha
Entretanto, nesta segunda cirurgia, o “público” presente se
assemelhava ao de um jogo entre Bangu x Olaria, o que decepcionou os “cartolas”
do hospital. Terminado o jogo a respectiva platéia já não se encontrava quando
voltei ao mundo. Minha retirada do pós-operatório (hospital), foi vetada pelo
departamento médico, o que seria autorizado somente acompanhado de um
responsável. Afinal de contas o que fizeram comigo nesta cirurgia que deixou-me
incapaz a ponto de precisar estar acompanhado de pessoa “responsável”???
E por responsável na minha família entenda-se meu filho que
diligentemente veio em meu resgate!
Já em casa e começando a cessar os efeitos anestésicos e
analgésicos, veio pela primeira vez a necessidade de utilizar-me do braço e
juntamente com ela vieram as dores.
PIOR!!!
Sabem aquelas Leis de Murphy onde tudo o que tu reza para que não
aconteça... acontece??? Daquele cara que
mal te cumprimenta, vem e dá o famoso tapinha nas costas??? E ainda por cima DOIS???
Deste tipo apareceu um monte; de formar fila!!!
É verdade!!! Passam pela cabeça soluções mágicas, como a de colocar
uma aviso nas costas com os seguintes letreiros: “MANTENHA DISTÂNCIA”, “AFASTE-SE”,”
KEEP OUT”, “NÃO-ME-TOQUE” ou “CAMPO REAL” (nesse último a população ficou dividida)...
Enfim!!!
Hoje tenho ele (o parafuso) como decoração aqui em casa e espero
apenas que eu não o rebaixe, parafusando-o inadvertidamente em alguma madeira
de algum móvel. Mas daí não seria rebaixamento, já que fui taxado algumas vezes de “cara-de-pau”.... kkkkkkk
O foda disso tudo é que me divertia nas portas detectoras de metais e
hoje to sentindo falta das discussões com guardinhas de Bancos, lojas, etc. E
isso tinha que ser o Ike, né??? Hê! Hê!
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